Difundindo a permacultura e ensinando a prática de produzir e dispersar bolas de sementes em locais devastados ou com pouca vegetação
Com o recrudescimento dos efeitos climáticos observados nos últimos anos e a fraca disposição dos países poluidores de reduzir suas emissões, a permacultura passou a ter lugar de destaque nos assentos onde a sustentabilidade é discutida ou, pelo menos, pensada.
Originalmente, foram os ecologistas australianos Bill Mollison e David Holmgren os autores dessa abordagem que agrega às práticas agrícolas tradicionais o conhecimento científico, tendo em vista o desenvolvimento integrado da propriedade rural de forma viável e segura para o agricultor familiar. Trata-se de um método holístico de planejamento, atualização e manutenção de sistemas de escala humana (jardins, vilas, aldeias e comunidades) ambientalmente sustentáveis, socialmente justos e financeiramente viáveis.
A expressão
permacultura surgiu de
permanent agriculture, adquirindo, mais tarde, o sentido de
permanent culture, passando da sustentabilidade ecológica (idéia inicial) para a sustentabilidade dos assentamentos humanos. Um dos preceitos éticos que hoje em dia deveriam ser conhecidos de todos, foi proposto por Mollison (1990), para quem "a única decisão verdadeiramente ética é cada um tomar para si a responsabilidade de sua própria existência e da de seus filhos".
Outro preceito da permacultura é a aplicação criativa dos princípios básicos da natureza, integrando plantas, animais, construções e pessoas, em um ambiente produtivo, com estética e harmonia, como sugeriu Masanabu Fukuoka, em sua
Revolução da Palha, cujos pilares são: cuidado com a terra, cuidado com as pessoas e compartilhamento dos excedentes.
O agricultor tornou-se atarefado demais quando começamos a estudar o mundo e a decidir que seria bom fazer isto ou fazer aquilo. Toda a minha pesquisa se baseou em não fazer isto ou não fazer aquilo. Estes trinta anos ensinaram-me que os agricultores estariam numa situação bem melhor se não fizessem praticamente nada. (Fukuoka, 1978)
A permacultura, além de ser um método para planejar sistemas de escala humana, proporciona uma forma sistêmica de ver o mundo e as correlações entre todos os seus componentes. Serve, portanto, como meta-modelo para a prática da visão sistêmica, podendo ser aplicada em todas as situações necessárias, desde a estruturação do habitat humano até na solução de questões complexas do mundo empresarial. (Wikipedia, 2009)
APRENDA A FAZER BOLAS DE SEMENTES
Bolas de sementes (em inglês seedballs), idealizadas por Masanobu Fukuoka, são pequenas bolas feitas com argila, adubos, sementes e água, que sevem para espalhar, plantar flores, frutas e outras plantas, em terrenos baldios, praças, beira de estradas e áreas desmatadas. Tem a vantagem de ajudar desacelerar o aquecimento global.
Antiga receita de Masanobu Fukuoka sugerida no seu livro The One-Straw Revolution (A revolução da palha), é a proporção ideal e básica dos ingredientes confirmada em inúmeros sites de permacultura e de agricultura sustentável.
Etapas de fabricação:
I - reunir os ingredientes:
A - seis copos americanos de argila seca (terra vermelha ou marrom), finamente moída e passada numa peneira fina para eliminar grãos maiores (argila cinzenta usada em tijolos não serve);
B - dois copos americanos de adubo orgânico seco bem esfarelado e passado em peneira mais grossa;
C - um copo de sementes variadas;
D - água suficiente para compor a mistura (1 a 2 copos).
II - misturar C e B (sementes com adubo seco);
III - acrescentar A ao composto C e B (argila seca com sementes e adubo) e misturar bem, borrifando, em seguida, com água até conseguir uma massa consistente;
IV - pegar uma porção da massa e enrolar na mão, formando bolas de barro de mais ou menos três centímetros de diâmetro.
V - coloque as bolas de sementes ao ar livre (mas à sombra) para secar, por um ou dois dias.
VI - disperse ou jogue as bolas em algum terreno e espere a chuva para ocorrer a germinação.
Esta receita dá para fazer entre 30 a 40 bolas de sementes (seedballs), que, bem distribuídas, ajudarão a tornar o mundo melhor.
Em Los Angeles (EEUU), existe uma comunidade latina, que se autodenomina La Guerrilla Gardening - Guerrilha de Jardinagem, cujos membros, entre outras atividades, dispersam essas bolotas em locais onde a vegetação é escassa ou onde espécies raras estão desaparecendo. De fato, elas funcionam melhor onde não há muita cobertura no solo. Use aproximadamente uma bola para cada 3 m quadrados.
Em São José dos Campos (SP) funciona o projeto Mão na Terra desenvolvido pela professora de Geografia Rosa Maria Sousa Santos, na Escola Estadual Profª.Dinorá P. R. Brito - (tel(12)3944-1144. Suas finalidades são promover a educação ambienttal dos alunos e disseminar práticas ambientais de sustentabilidade.
No Orkut, também há um grupo dedicado às bolas de sementes: Seed Ball Brasil EcoGuerrilha, comunidade criada por Marcelo Cruz: "A simplicidade de uma brincadeira de criança pode melhorar a vida de todos."
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